As lacraias chegam ao lar quando encontram acesso, abrigo, alimento e umidade. Entender esse comportamento é o primeiro passo para reduzir encontros indesejados e montar um plano de controle integrado.
Este guia reúne medidas práticas e seguras, priorizando prevenção diária, barreiras físicas e manejo da umidade antes de medidas químicas. As recomendações seguem orientações do biólogo Dr. Cláudio Souza e do Ministério da Saúde.
Embora o risco de morte para pessoas seja baixo, as picadas causam dor e preocupação. Por isso, o texto indica ações por ambientes críticos — banheiros, cozinhas, jardins e depósitos — e reforça a revisão do perímetro do imóvel em busca de frestas e acúmulo de materiais.
O objetivo é combinar ações simples e sustentáveis que “selam” o lar e reduzem a presença desses animais. O guia também orienta como agir com segurança em caso de acidente e quando contratar controle profissional.
Entenda os riscos e reaja corretamente a uma picada de lacraia
Uma picada de centopeia costuma causar dor intensa e merece atenção imediata. O veneno é pouco tóxico para a maioria das pessoas, mas provoca dor localizada e inchaço que incomodam nas primeiras horas.
Sintomas e gravidade
Além da dor e do edema, alguns casos apresentam febre, calafrios, tremores ou suor. Observe a evolução nas primeiras 24–48 horas, especialmente em crianças, idosos ou quem tem condições crônicas.
Primeiros socorros: o que fazer e o que evitar
Lave a área com água e sabão e mantenha a pessoa calma. Procure atendimento médico para controle da dor e monitoramento; o SUS mantém polos especializados para casos de envenenamento.
Não faça garrote, não sugue o veneno com a boca e não aplique substâncias caseiras sobre a pele. Evite uso indiscriminado de analgésicos ou anti-inflamatórios sem orientação, principalmente em crianças.
Registre alterações no local da picada e busque ajuda se surgir dor persistente, sinais sistêmicos, ferida que não melhora ou se o caso envolver crianças ou áreas sensíveis como face e mãos.
Como evitar lacraias em casa no dia a dia dos ambientes
Pequenas rotinas de limpeza e organização reduzem muito o risco de encontros indesejados. A seguir, medidas práticas para cada local crítico.
Banheiros e lavanderias
Instale redes nos ralos e mantenha tampas fechadas quando não usar. Faça limpeza semanal com água quente e creolina para eliminar odores e matérias orgânicas.
Verifique sifões e vedadores; retorno de cheiro indica passagem que pode servir de acesso.
Cozinha e áreas de alimentos
Vede caixas de gordura e pontos de esgoto. Mantenha grelhas sempre fechadas e armazene mantimentos em potes fechados.
Reduza insetos como fonte de alimento, cobrindo lixo orgânico com tampas firmes.
Jardins e áreas externas
Deixe a grama aparada e afaste vasos das paredes. Remova folhas e entulhos regularmente para eliminar esconderijos.
Revise irrigação para evitar solo encharcado junto a muros e calçadas.
Porões, garagens e depósitos
Não acumule objetos fora de uso; organize em prateleiras elevadas. Faça inspeções com lanterna e elimine caixas de madeira úmidas e outros abrigos.
Barreiras físicas e controle de umidade para bloquear o acesso
Selar pontos de entrada e controlar a umidade corta o acesso desses animais. Comece por mapear frestas e rachaduras em paredes, rodapés, pisos e calçamentos, especialmente em áreas sombreadas e próximas ao jardim.
Vedação de frestas e rachaduras
Use silicone, borrachas de vedação ou espuma expansiva na aplicação em passagens de tubulação, vãos sob portas e juntas de pisos. Essas medidas reduzem abrigos em paredes e móveis.
Instale soleiras, escovas de vedação e telas milimetradas em janelas térreas para criar barreiras extras. Programe inspeções trimestrais para reaplicar materiais quando houver retração.
Ambientes úmidos: vazamentos, ventilação e desumidificação
Trate a umidade na fonte: conserte vazamentos em telhado, calhas e tubulações. Ventilação cruzada e exaustores reduz a saturação de ambientes úmidos.
Use desumidificadores em banheiros, lavanderias e porões quando necessário. Revise muros e calçamentos para corrigir trincas que acumulam água e favorecem a proliferação.
Ao finalizar, registre os locais tratados e as datas. Esse controle facilita o monitoramento e ajusta as medidas conforme as estações chuvosas.
Do repelente ao controle de pragas: quando e como agir com segurança
Decisões sobre repelentes e inseticidas exigem equilíbrio entre eficácia e segurança doméstica.
Métodos caseiros com cautela
Use terra de diatomáceas em pequenos traços sobre rodapés e atrás de eletrodomésticos. Proteja vias de circulação com equipamento de proteção e impeça o acesso de crianças e animais estimação ao pó.
Ácido bórico funciona por ingestão e contato, com efeito tardio; não o use em lares com crianças ou animais. Pimenta caiena dá repelência localizada, mas representa risco de irritação para pequenos animais e crianças.
Óleo de cedro é alternativa de menor risco; aplique em ralos externos e fendas perimetrais e teste antes para evitar manchas.
Armadilhas, aplicação correta e monitoramento
Coloque armadilhas adesivas ao longo de rodapés e atrás de móveis para capturar insetos pequenos e medir atividade. Potes com cerveja ou vinagre ajudam no monitoramento.
Ao optar por inseticidas domésticos, siga rigorosamente o rótulo na aplicação. Remova alimentos, ventile o local e mantenha crianças e animais fora durante a reaplicação.
Quando chamar dedetização profissional
Procure dedetização se houver recorrência em vários cômodos, captura frequente em armadilhas ou persistência da infestação após tentativas. Solicite relatório dos produtos, orientações de reentrada e um plano de controle pragas alinhado à segurança da casa com crianças e animais estimação.
Mantendo o lar protegido: próximos passos para uma casa sem lacraias
Adote um checklist mensal para manter casa e áreas externas checadas. Inspecione vedações, ralos e caixas de gordura e anote datas de reparo.
Priorize o controle da umidade em ambientes úmidos: conserte vazamentos e melhore ventilação. Isso reduz insetos que atraem animais predadores.
Mantenha jardins podados, retire entulhos e afaste vasos das paredes. Armazene alimentos em potes fechados para limitar fontes de alimento.
Monitore a atividade com armadilhas simples e registre ocorrências. Se notar aumento da infestação, busque controle pragas técnico e considere dedetização como complemento.
