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Como saber se um vídeo é real ou gerado por IA? –

Nos últimos tempos, a internet tem bombado com vídeos impressionantes, que parecem tão reais que é difícil acreditar que não sejam. Celebridades dizendo coisas que nunca disseram, políticos em discursos inexistentes e cenas que parecem de filme. Tudo isso é feito com inteligência artificial.

Com as tecnologias de deepfake e geração de vídeos por IA avançando, está cada vez mais complicado diferenciar o que é verdadeiro do que é simulação. E não é só uma questão de curiosidade, pois esses vídeos podem manipular informações e até afetar decisões importantes.

Se você já se perguntou se um vídeo que viu é real ou gerado por inteligência artificial, este texto vai te ajudar a identificar sinais de manipulação. Vamos explorar os principais indícios que mostram um vídeo falso, para você não cair em armadilhas digitais.

Os sinais visuais que podem denunciar a fraude

O primeiro detalhe a observar em um vídeo suspeito é o movimento dos olhos e da boca. Em vídeos feitos por IA, esses movimentos podem parecer “duros” ou em descompasso. Às vezes, a boca se mexe sem acompanhar a fala, ou os olhos piscam de maneira estranha.

Outro ponto para ficar alerta é a expressão facial. A inteligência artificial ainda tem dificuldade para reproduzir emoções de forma fiel. Um sorriso pode parecer forçado, os olhos podem parecer “vidrados” e o rosto pode estar rígido. Se algo parecer artificial, confie na sua intuição.

A iluminação e as sombras também podem trair a autenticidade. Vídeos falsos costumam ter luzes inconsistentes, sombras em lugares estranhos ou brilho excessivo no rosto. Isso acontece porque a IA mistura elementos que nem sempre combinam.

Além disso, preste atenção na transição entre o rosto e o fundo. Muitos deepfakes criam pequenos “borrões” ou tremores ao redor do rosto, especialmente com movimentos rápidos. Esses são detalhes que você consegue perceber com um olhar mais atento.

O áudio também pode revelar a verdade

Não é só a imagem que pode enganar — o áudio também é gerado artificialmente, e é aí que muitos vídeos se entregam. Vozes criadas por IA podem parecer reais, mas são geralmente mais “limpas”, sem variações naturais da fala, como gagueiras e emoções.

Além disso, é comum notar uma desconexão entre a voz e a respiração. Falas longas sem pausas ou uma dicção perfeita demais são características de vozes sintéticas. É como se a pessoa estivesse falando sem esforço, o que não é natural.

A sincronia entre o som e os movimentos labiais também é importante. Se a voz não acompanha exatamente os movimentos da boca ou parece vir “de fora” do vídeo, isso pode indicar manipulação. Esses pequenos descompassos podem ser difíceis de notar, mas fazem diferença.

Ruídos de fundo muito limpos ou sons de ambientes genéricos também são pistas. As IAs ainda não conseguem simular a complexidade real dos sons. Então, se tudo parecer “perfeito demais”, é bom desconfiar e investigar a origem do vídeo.

Como se proteger e checar a veracidade

Para não cair em vídeos falsos, sempre desconfie de conteúdos sensacionalistas ou chocantes. Se o vídeo parecer absurdo demais, vale a pena conferir a veracidade antes de compartilhar.

Procure a fonte original. Veja se o vídeo foi publicado por veículos de confiança ou contas oficiais. Se a origem for duvidosa, redobre a atenção. Muitas vezes, deepfakes são espalhados nas redes sociais sem contexto, visando viralizar.

Use ferramentas de verificação. Já existem plataformas e extensões de navegador que ajudam a saber se um vídeo foi manipulado. Além disso, fazer uma busca reversa por cenas do vídeo pode revelar se ele já foi desmentido por agências de checagem.

E, acima de tudo, pratique o ceticismo digital. Não compartilhe imediatamente, não tire conclusões rápidas e questione o que você está vendo. Com a inteligência artificial sendo capaz de criar quase tudo, a dúvida é sua melhor defesa.

Redação STE

Conteúdo editorial desenvolvido pela equipe do STE em colaboração com parceiros especializados.

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