No horizonte da segurança digital, as surpresas nunca parecem ser numerosas demais – sejam elas boas ou ruins.
A coleta de dados pessoais por redes sociais se tornou amplamente conhecida por escândalos eleitorais e por filmes como “O Dilema das Redes”, por exemplo.
Mas você sabia que até mesmo algumas das mais comuns fontes para escrever no computador podem rastrear sua atividade na internet?
Entenda a seguir como funciona e por que você pode querer começar a pensar em usar um bloqueador de rastreador para navegar na rede.
Fontes por dados pessoais: troca justa?
O serviço Google Fonts, lançado em 2010, oferece uma vasta gama de fontes tipográficas gratuitamente.
As famílias de fontes disponíveis por lá são especialmente úteis para designers web e desenvolvedores.
Além de não terem preço de uso, boa parte delas é adaptável a diversos ambientes virtuais. Mais de 60 milhões de páginas na internet atualmente usam fontes oriundas desse serviço.
A adaptabilidade de fontes tanto para telas de computador e dispositivos portáteis é cada vez mais importante na rede.
De fato, o serviço de buscas do Google impõe exigências cada vez mais estritas a esse respeito para que sites tenham bons resultados de busca e sejam considerados confiáveis.
Encontrar fontes bonitas, bem planejadas, adaptadas e baratas é uma demanda recorrente na construção de páginas web.
Entretanto, tipografias populares que o Google oferece, como as fontes Lato, Roboto, Opens Sans, Merriweather trazem embutidas no download rastreadores de dados.
Elas são capazes de coletar informações como endereço de IP e histórico de navegação de quem as usa.
Esses dados são cruzados com outras informações que a empresa armazena de seus usuários. Inclusive, podem ser vendidos para terceiros com fins publicitários.
O argumento da empresa para embutir rastreadores em sites com suas fontes é permitir um tempo de carregamento mais breve e um visual mais homogêneo em diversos aparelhos.
Porém, logicamente esse ganho em eficiência é viabilizado com uma perda de privacidade que pouca gente conhece e consente voluntariamente.
Mais rastreamento oculto
Encontrar um bloqueador de rastreador é uma providência adequada para navegar pela internet. As práticas de rastreamento de dados são difundidas nos mais diversos sites, na maioria das vezes de forma discreta.
O rastreamento pode ser feito por empresas para otimizar anúncios, fazendo chegar produtos relevantes para quem navega na internet.
A coleta de dados pode ser feita e revendida para anunciantes interessados aumentar o volume de vendas com publicidade mais eficaz
Eis alguns métodos usados para rastrear dados individuais na internet:
- Plataformas de compras online lembram das escolhas de produtos e itens movidos ao carrinho porque usam rastreadores. Os cookies são o tipo de ferramenta usada para monitorar essas atividades. Hoje as leis privacidade impõem aos sites a necessidade de informar quais cookies usam e dar a opção aos usuários de não armazená-los, mas quase sempre as páginas exigem o uso de alguns desses rastreadores para funcionarem.
- Web beacons são uma espécie de “câmera escondida” usadas em sites variados. O Pixel da Meta, criado para otimizar anúncios em sites, é uma ferramenta desse tipo. Ela rastreia o comportamento e alguém na página, incluindo como se navega por ela e por outras e até o endereço IP nos e-mails, caso esteja integrado a uma mensagem.
- Um elemento comum das páginas programadas em HTML5 chamado canvas também é usado para fins de rastreamento. Embora tenha sido criado para desenhar gráficos e animações em seites, ele pode ser usado para desenhar uma imagem oculta dos acessos feitos em seu navegador. Infelizmente, o canvas é difícil de ser bloqueado ou excluído, mesmo com bloqueadores de rastreadores.