Ciência revela curiosidades sobre os olhos asiáticos –

É comum ouvirmos sobre os olhos de pessoas de países asiáticos, como Japão, China e Coreia. Algumas vezes, a descrição é simplificada como “olhos puxados”, mas essa característica tem uma explicação mais complexa, que a ciência já estudou.
Pouca gente sabe que a principal diferença não é o tamanho dos olhos, mas sim uma camada de gordura que fica sob a pálpebra. Essa camada específica tem relação com a evolução das populações em ambientes frios e extremos. Vamos entender como isso aconteceu e se mantém até hoje.
A camada de gordura sob a pálpebra superior apareceu como uma proteção natural. Isso aconteceu porque os antepassados dos asiáticos viveram em lugares muito frios, como a Sibéria, antes de migrarem para outras partes da Ásia. Nesses ambientes severos, o corpo precisou se defender contra o vento gelado e baixas temperaturas.
Com isso, essa gordura ajudou a criar uma dobra na pele chamada “prega epicântica”. Essa prega cobre parcialmente o olho, diminuindo a exposição ao frio, à neve e à luz intensa. Mesmo depois que essas populações se mudaram para regiões mais quentes, essa característica física se manteve, sendo uma herança genética dos ancestrais.
Muita gente acha que os olhos das pessoas asiáticas são menores, mas a verdade é que o globo ocular é quase do mesmo tamanho que o de outras etnias, e, em alguns casos, pode ser até maior. A diferença está no formato, e não no volume dos olhos. A prega epicântica gera a impressão de um olho menor, mas isso não afeta a visão.
Essa variação de formato também é vista em outros grupos do mundo, como alguns povos indígenas americanos e comunidades do Ártico, que enfrentaram condições climáticas parecidas e, assim, desenvolveram adaptações semelhantes.
Estudos mostram que a luz também afeta o tamanho dos olhos nas populações. Em regiões próximas ao Equador, onde a luminosidade é alta, os olhos são geralmente menores, pois grandes estruturas oculares não são necessárias. Já em áreas próximas aos polos, a luz é escassa na maior parte do ano, e os olhos tendem a ser maiores e com retinas amplas, para captar melhor a luz.
Isso pode fazer com que asiáticos e europeus dessas regiões tenham olhos até 20% maiores do que pessoas que vivem em climas tropicais. Assim, a natureza moldou até mesmo características tão sutis como os olhos, mostrando como o ambiente impacta a evolução ao longo do tempo.
Além dos olhos, o cérebro dessas populações também passou por adaptações. Quem vive em áreas com pouca luz desenvolveu regiões cerebrais maiores, que ajudam a processar imagens em ambientes escuros. Isso mostra que as pessoas da Escandinávia, por exemplo, têm cérebros adaptados para a visão em baixa luminosidade.
Essa relação entre corpo e ambiente é incrível e evidencia como a evolução deixou marcas visíveis em nós, desde as características dos olhos até mudanças cerebrais, que ajudam na adaptação à vida em diferentes condições.