Como retirar um veículo apreendido em nome de outra pessoa: guia

Perder o carro por infrações previstas no Código de Trânsito exige ação rápida. Este guia mostra, de forma prática, os passos para retirar veículo apreendido quando o automóvel está registrado em nome de outra pessoa.
Você verá quais documentos necessários e quando a procuração com firma reconhecida é indispensável. Explicamos também taxas comuns — serviço de liberação, reboque e diária de pátio — e o impacto de multas e débitos como IPVA e licenciamento.
Indicamos como identificar o local onde o carro foi levado, qual órgão responsável (Detran, PRF, DER ou Prefeitura) e prazos que influenciam custos. Em estados como São Paulo, o risco de leilão aparece após 60 dias se não houver liberação.
Ao final, você terá clareza sobre o processo, os custos prováveis e os cuidados para evitar atrasos e despesas extras ao retirar veículo apreendido por procuração.
Entenda o que diz o CTB: retenção, remoção e apreensão
O Código de Trânsito Brasileiro distingue medidas conforme a gravidade da infração. Saber qual procedimento se aplica ajuda a planejar a liberação do bem com mais eficiência.
Retenção
A retenção é uma medida administrativa para irregularidade sanável. Em geral, o motorista pode resolver a falha no local ou ter o CRLV recolhido e prazo para regularizar.
Remoção
A remoção ocorre quando o veículo não pode continuar circulando. O carro é guinchado ao pátio do órgão responsável e só sai após quitação de multas, taxas e apresentação do documento.
Apreensão
A apreensão é aplicada em casos mais graves, como participação em crimes ou racha. Após a Lei 13.281/2016, houve redução de hipóteses, mas ainda existem situações que exigem procedimentos administrativos ou até judiciais.
- A diferença prática: retenção permite solução rápida; remoção implica custos de pátio; apreensão pode exigir decisões administrativas e judiciais.
- O órgão (Detran, DER, PRF ou Prefeitura) e o estado definem fluxo de pagamentos e prazos.
- Confirme no sistema autuador todas as multas e taxas antes de pedir a liberação do veículo apreendido.
Descubra onde o veículo está e quais pendências existem
Localizar onde o carro foi levado é o primeiro passo para agilizar a liberação. Comece conferindo o Comprovante de Recolhimento/Remoção (CRR). O documento indica o pátio e o órgão responsável pelo recolhimento.
Se o CRR não estiver disponível, acesse o portal do Detran do seu estado. Em São Paulo, por exemplo, a consulta aceita CPF/CNPJ do proprietário, placa e RENAVAM.
Órgão autuador: por que importa
Identificar o órgão responsável — Detran, DER, PRF ou Prefeitura — define quais taxas pagar e qual canal usar no processo de liberação.
- Confira no comprovante recolhimento remoção o nome do pátio e o órgão autuador.
- Use placa e RENAVAM no portal estadual para checar a situação e pendências administrativas.
- Organize documentos e comprovantes de pagamento para acelerar a retirada no local certo.
- Verifique multas, IPVA e licenciamento: débitos impedem a liberação até quitação.
Como retirar um veículo apreendido em nome de outra pessoa
A entrega do veículo a terceiro só ocorre após conferência rigorosa dos documentos. Por isso, reúna tudo antes de ir ao pátio.
Procuração com firma reconhecida
A procuração autenticada em cartório é obrigatória, mesmo para parentes. Deve citar poderes claros para a liberação e a retirada no pátio, identificar proprietário e procurador e ter prazo de validade.
Documentos pessoais do procurador
Leve RG, CPF e comprovante de residência atualizados. No momento da saída é comum exigir CNH do condutor que conduzirá o veículo.
Documentos do veículo
Apresente CRLV atualizado, o CRR do recolhimento e comprovantes de pagamento de multas, IPVA, licenciamento e taxa de liberação. Sem esses itens, a liberação veículo pode ser negada.
Pessoa jurídica
Para empresas, inclua procuração do representante legal e cópia autenticada do contrato social. Comprove poderes de administração quando solicitado.
- Verifique no portal do órgão se o Ofício de Liberação foi emitido (caso de São Paulo).
- Confirme se a procuração autoriza apresentar documentos, assinar termos e retirar no pátio.
- Guarde todos os comprovantes para evitar novas exigências ao apresentar documentos.
Passo a passo para a liberação no Detran do seu estado
Organizar pagamentos e documentos acelera a liberação veículo junto ao Detran. Comece conferindo todas as pendências no sistema do seu estado e no comprovante recolhimento remoção.
Quitar débitos: pague multas, IPVA, licenciamento e outras taxas. Sem licenciamento em dia o sistema não autoriza a retirada.
Taxa de liberação: gere o boleto informando o RENAVAM e pague em banco ou casa lotérica. Guarde o comprovante para anexar.
Digitalize documentos necessários em boa resolução. Formatos aceitos: .pdf, .png, .jpg, .jpeg, .gif. Respeite limites (ex.: 1,2MB por arquivo e 15MB total em SP).
Solicite a liberação no portal do Detran do estado. Anexe CRR, comprovantes de pagamento e documento de identificação; aguarde o Ofício de Liberação.
Retirada no pátio: leve CRLV atualizado, procuração com firma reconhecida (se outra pessoa for o procurador) e documentos pessoais. Pague reboque e diárias; prepare-se para possível vistoria ou remoção para reparos.
Acompanhe o status pelo portal e salve todos os comprovantes. Isso reduz riscos de exigências extras e acelera a liberação veículo.
Taxas, diárias de pátio e prazos: o que pagar e quanto custa hoje
Os custos de liberação variam e aumentam a cada dia que o veículo permanece no pátio. Saiba quais itens compõem o valor final e onde pagar para reduzir despesas.
Taxas típicas: liberação, reboque e estadia
- Serviço de liberação: cobrança administrativa para autorizar saída.
- Taxa de reboque (guincho): custo do transporte até o pátio.
- Diária de estadia: tarifa cobrada por dia enquanto o veículo fica no pátio.
- Multas e tributos: débitos que motivaram a retenção ou remoção também entram no cálculo.
Exemplo prático em São Paulo
Como referência em SP, a taxa de serviço fica entre R$18,37 e R$18,57. O reboque costuma ser R$376,86 e a estadia R$37,69 por dia.
O pagamento da taxa administrativa pode ser feito via Internet Banking nos bancos conveniados (Banco do Brasil, Santander, Bradesco, Daycoval, Sicoob) ou em casas lotéricas. As cobranças de reboque e estadia são quitadas no pátio no momento da retirada.
Prazos e riscos: aumento diário e leilão
Cada dia em que o veículo fica no pátio aumenta o custo total pela estadia. Por isso, agilize documentos e o pagamento assim que possível.
Em São Paulo, veículos não liberados em até 60 dias podem ir a leilão, conforme a Lei 15.911/2015. Esse prazo reforça a urgência na conclusão do processo de liberação.
Conclusão
Manter a situação documental em dia é a base para evitar processos longos e despesas inesperadas. Licenciamento, IPVA e multas em dia reduzem o risco de remoção e estadia no pátio.
Se a apreensão já ocorreu, recuperar veículo exige um processo ordenado: pagamento débitos, reunir e apresentar documentos e acompanhar a liberação pelo portal estadual.
Quando outra pessoa for representante, a procuração autenticada garante segurança jurídica para o proprietário e para o motorista que fará a retirada.
Em São Paulo, atenção ao prazo de 60 dias (risco de leilão). Agilidade nas etapas e foco nos requisitos do órgão aumentam as chances de sucesso na liberação sem custos extras.