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O que a barata come: Descubra sua Dieta

Entender o padrão de alimentação desses insetos ajuda a prevenir infestações e proteger alimentos em casa.

Pesquisas da Universidade de Sussex mostram que o aumento gradual da temperatura tem ampliado a população global, com estimativa de 500 por habitante no mundo. Essa expansão torna ainda mais importante saber quais fontes atraem esses vetores.

Baratas apresentam dieta onívora e oportunista. Elas aproveitam restos orgânicos, lixo, papel, cola e resíduos diversos. A robustez do corpo e a alta capacidade de regeneração celular explicam a resistência e a adaptabilidade em diferentes ambientes.

Essa alimentação ampla aumenta o risco de contaminação indireta de superfícies e alimentos, afetando pessoas mais sensíveis. Cozinha e áreas úmidas são os locais críticos dentro da residência.

Nesta série de artigos você verá lista dos itens mais consumidos, como o sistema digestivo permite essa dieta, variações por espécie e medidas práticas para reduzir atração por alimento e água.

Por que entender a alimentação das baratas importa hoje

Identificar fontes de alimento e água revela por que essas pragas prosperam em áreas urbanas.

Baratas transportam microrganismos — bactérias, fungos, vírus e helmintos — no corpo e nas patas após passarem por lixo, fezes e matéria em decomposição. Esse contato aumenta o risco de doenças por contaminação indireta de superfícies e alimento.

Na cozinha e em despensas há comida exposta, restos na pia, lixeiras e pontos úmidos que mantêm a vida desses insetos. O aumento da temperatura também acelera ciclos reprodutivos, elevando a abundância e a necessidade de ações de controle.

A fêmea de muitas espécies tem alta fecundidade e gera várias gerações em pouco tempo quando há oferta regular de comida e água. Para pessoas com crianças ou idosos, a higiene é essencial porque até uma coisa açucarada esquecida atrai novos focos.

Reduzir lixo, organizar despensa, vedar frestas e fechar ralos são medidas de alto impacto. Quando atividade persiste, combine saneamento, barreiras físicas e um plano de controle integrado para prever trajetos e eliminar focos.

O que a barata come: lista de alimentos e preferências no ambiente doméstico

Mapear fontes de comida e água dentro do lar revela pontos críticos de infestação.

Do lixo à despensa

Em casas, a base alimentar inclui grãos, açúcares, pão, doces, queijo, carne e ovos.

Qualquer alimento exposto vira foco: migalhas, respingos de óleo e restos na pia atraem rapidamente.

Itens inusitados consumidos

Esses insetos também comem papel, couro, sabão, unhas, pele e até outras baratas em canibalismo.

Cola, tinta e tufos de cabelo fazem parte da dieta quando falta comida tradicional.

Água, umidade e rotas internas

Água é decisiva: ralos, sifões e vazamentos guiam o trânsito entre fontes de alimento.

Ambientes escuros sob eletrodomésticos conectam cozinha e banheiro, mantendo rotas seguras.

Materiais em decomposição, fezes e animais em decomposição ampliam recursos. Embalagens abertas e bebidas derramadas, como cerveja ou leite, funcionam como iscas.

Mapeie pontos de lixo e umidade e priorize sua limpeza para reduzir trânsito e permanência desses seres.

Como o corpo da barata permite uma dieta “tudo come”: anatomia e digestão

Estruturas simples e simbiontes internos habilitam esses animais a explorar matéria em decomposição com eficiência.

Partes do trato digestivo

O sistema divide-se em três partes. A parte anterior inclui a boca com peças mastigadoras, faringe, buche e esôfago. Essas estruturas trituram e conduzem o bolo alimentar.

A parte do meio contém estômago e intestinos, onde ocorrem digestão e absorção. Na região posterior, reto e ânus fazem a excreção.

Celulose, simbiontes e transmissão

Baratas dependem de microrganismos para quebrar celulose presente em material vegetal. A troca de simbiontes entre adultos e jovens ocorre por trofalaxia proctodeal, uma verdade pouco conhecida.

Exceções e anatomia geral

Algumas espécies, como Panesthia cribrata, produzem enzimas próprias para degradar madeira, mostrando diversidade entre espécies.

O exoesqueleto de quitina, antenas sensíveis e espiráculos ajudam o corpo a sobreviver em ambientes urbanos e a manter trocas gasosas durante a alimentação.

Essa integração entre partes do sistema e microbiota permite aproveitar fontes de baixa qualidade. Por isso, limpeza e vedação de frestas reduzem recursos mínimos que sustentam populações.

Ciclo de vida e alimentação por estágio: ovos, ninfas e adultos

Fases de desenvolvimento definem comportamentos alimentares e pontos frágeis para intervenção.

Ooteca, ovos e alta fecundidade

A fêmea produz cápsulas chamadas ooteca, cada uma protegendo múltiplos ovos. Em campo, registro mostra até 8 ooteca por fêmea, com média de 40 ovos por cápsula.

Esse padrão multiplica a população rapidamente, gerando mais de 300 descendentes potenciais quando condições são favoráveis.

O que as ninfas comem

O ciclo hemimetábolo inclui ovos, ninfas e adultos, sem metamorfose completa. Ao eclodir, ninfas consomem primeiro a ooteca, adquirindo nutrientes e simbiontes essenciais.

Em seguida, ninfas exploram o mesmo espectro de alimento dos adultos e se movem por frestas, rodapés e despensas. Pais podem ajudar com transferência de microbiota nas primeiras interações.

Ao atingir maturidade, muitas espécies desenvolvem asas — funcionais ou reducidas — que ajudam deslocamento entre abrigos interiores.

Interromper este ciclo com limpeza, vedação e inspeção de ooteca e ninfas é fundamental para evitar reposição constante da população.

Espécies de baratas urbanas e seus hábitos alimentares

Conhecer as espécies urbanas e seu comportamento alimentar ajuda a direcionar ações de controle.

Barata americana

Essa espécie mede cerca de 3–4 cm e é notória pela resistência e mobilidade. Tem asas bem desenvolvidas e executa voos curtos quando perturbada.

Sobrevive longos períodos sem comida (até 90 dias) e resiste cerca de 40 dias sem água. Isso explica por que aparece em sótãos, porões e sistemas de esgoto.

Barata germânica

A espécie germânica é menor (1,2–1,6 cm). Suas asas não funcionam para voo, mas permite deslocamentos rápidos por frestas internas.

Vive em cozinhas, despensas e perto de máquinas de café. Aguenta até 45 dias sem comida e 14 dias sem água, mantendo-se perto de migalhas e condensação.

Ambientes preferidos e comportamento

Ambas as espécies priorizam locais escuros, úmidos e fechados, especialmente atrás de armários e sob eletrodomésticos.

Dependendo espécie e condições do imóvel, adultos migram por tubulações e shafts em busca de alimentos e abrigo. A presença de resíduos gordurosos e água facilita a instalação.

Reconhecer corretamente as espécies orienta medidas: posicionar armadilhas, vedar pontos de acesso e priorizar limpeza em áreas com maior atividade noturna. A fêmea de alta fecundidade acelera a ocupação se houver oferta contínua de recursos.

Riscos à saúde: microrganismos no corpo, contaminação e mitos comuns

Esses animais transferem micróbios de fezes, lixo e matéria em decomposição para superfícies e alimentos. O contato ocorre quando patas e corpo entram em contato com resíduos e depois caminham sobre bancadas, panelas e embalagens.

Bactérias, fungos, vírus e helmintos

Baratas carregam bactérias e outros patógenos nas patas e no corpo. Ao contaminarem alimentos, podem favorecer doenças oportunistas, especialmente em locais com pouca higiene.

Estudos e relatórios mostram resíduos de insetos em alimentos industrializados; fragmentos podem provocar alergias em pessoas sensíveis.

Mitos e verdades

O mito do “ataque nuclear” é falso. Mesmo assim, há curiosidade científica: algumas espécies sobrevivem sem cabeça por semanas devido a espiráculos e gânglios no tórax, mas morrem por fome.

Também registram-se comportamentos de raspagem em pele adormecida, unhas e cílios, e busca por leite seco em bocas de bebês. Isso explica por que cuidados noturnos e limpeza evitam riscos.

Ovos e resíduos em ralos mantêm ciclos persistentes. Um meio doméstico com água e migalhas forma um ecossistema propício para colônias próximas de cozinha e banheiro.

Identificar espécie e priorizar áreas a sanitizar, além de vedar pontos e lacrar lixeiras, reduz transferência de microrganismos e diminui a chance de doenças.

Medidas práticas agora: prevenção na cozinha e controle de pragas

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Medidas práticas e regulares evitam que insetos encontrem alimento e abrigo na casa. Limpeza diária, guardar alimentos em potes com tampa e lavar utensílios reduzem atração.

Gerencie água e umidade: conserte vazamentos, seque pias e mantenha ralos limpos. Lixeiras tampadas e higienizadas evitam acúmulo de restos e odores que atraem pragas.

Use produtos conforme inspeção técnica: géis inseticidas, reguladores de crescimento e armadilhas ajudam a atingir adultos e ninfas, reduzindo infestação. Vede frestas, instale telas e proteja rodapés para impedir entrada.

Considere apoio profissional quando sinais persistem. Assim interrompe-se o ciclo (ovoteca, ninfas e adultos) e protege-se a casa contra espécies baratas e outros animais indesejados no entorno.

Mauricio Nakamura

Administrador de empresas, formado em administração pela Universidade Federal do Paraná, Maurício Nakamura começou sua carreira sendo estagiário em uma empresa de contabilidade. Apaixonado por escrever, ele se dedica em ser um dos editores chefe do site STE (Setor Energético), onde pode ensinar outros aspirantes à arte de se especializar no mundo da administração.

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