Ozonioterapia no tratamento de neuropatias: guia completo

Você sente formigamento, queimação ou perda de sensibilidade nos braços ou pernas? Esses sinais podem ser neuropatia. A boa notícia é que existem opções além dos remédios.
A ozonioterapia no tratamento de neuropatias tem ganhado atenção por oferecer alívio da dor e melhora funcional em diversos casos.
Neste artigo eu explico, de forma direta, o que é o tratamento, como funciona, em quais tipos de neuropatia ele ajuda e o que esperar em termos de segurança e resultados. Vou trazer estudos, exemplos práticos e um passo a passo do que ocorre em uma sessão.
Ao final você terá informação suficiente para conversar com seu médico e decidir se a ozonioterapia no tratamento de neuropatias faz sentido para você.
O que é ozonioterapia?
A ozonioterapia usa uma mistura de oxigênio e ozônio aplicada de formas controladas no corpo. O ozônio age como agente oxidante que, em baixa concentração, estimula mecanismos de reparo. Isso inclui melhora na circulação local e redução da inflamação.
O procedimento pode ser realizado por injeção intramuscular, infiltração local, auto-hemoterapia ou aplicação tópica, dependendo do objetivo clínico. Para neuropatias, as injeções locais ou a auto-hemoterapia são as mais comuns.
Como a ozonioterapia ajuda em neuropatias?
Na visão do Dr. Henrique Bufaiçal, ortopedista de mão em Goiânia, a principal ação é reduzir inflamação e proteger nervos contra danos adicionais.
O ozônio modula respostas imunes e melhora a entrega de oxigênio ao tecido nervoso. Com isso, há diminuição da dor e recuperação de função sensorial.
Em termos práticos, pacientes relatam menos dormência, menos queimação e retorno de força muscular após algumas sessões. A melhora costuma acontecer em semanas, mas varia conforme a causa da neuropatia.
Mecanismos relevantes
- Melhora da circulação: aumento do fluxo sanguíneo e entrega de oxigênio.
- Efeito anti-inflamatório: redução de citocinas que agravam a dor.
- Proteção nervosa: estímulo a processos de reparo e redução do estresse oxidativo.
Que tipos de neuropatia respondem melhor?
A ozonioterapia tem sido usada em neuropatias diabéticas, compressivas e pós-traumáticas. Em neuropatia diabética, estudos mostram redução da dor e melhora da qualidade de vida.
Em casos compressivos, como após síndrome do túnel do carpo, a terapia pode complementar o tratamento cirúrgico ou conservador.
Para neuropatias por quimioterapia ou causas autoimunes, os resultados são mais variados. A escolha depende da avaliação médica e do plano terapêutico individual.
O que esperar durante o tratamento
- Avaliação inicial: exame neurológico e, quando necessário, exames de imagem ou eletroneuromiografia.
- Plano de sessões: geralmente 6 a 12 sessões, uma a duas vezes por semana, ajustado ao progresso.
- Técnica aplicada: injeção local no trajeto nervoso, infiltração perineural ou auto-hemoterapia.
- Acompanhamento: reavaliação de sintomas a cada ciclo para ajustar dose e frequência.
Resultados e evidências
Estudos clínicos e relatos mostram melhora da dor e função em várias séries de pacientes. A qualidade das evidências varia.
Há trabalhos controlados, mas ainda faltam grandes ensaios multicêntricos com longo seguimento. Mesmo assim, a prática clínica frequente e a satisfação dos pacientes sustentam seu uso complementar.
É importante entender que a ozonioterapia não garante cura imediata. Ela é um recurso dentro de um plano multidisciplinar que inclui fisioterapia, controle da causa e, quando necessário, cirurgia.
Riscos e efeitos colaterais
Quando realizada por profissionais capacitados, a ozonioterapia é geralmente segura. Reações locais leves como dor temporária, sensação de pressão ou hematoma podem ocorrer. Complicações graves são raras.
Contraindicações incluem gravidez, hipertermia e algumas doenças hematológicas. A avaliação médica prévia é obrigatória.
Quem pode se beneficiar
Pacientes com neuropatia dolorosa que não responderam totalmente a medicamentos, pessoas que buscam reduzir o uso de analgésicos ou que procuram acelerar a recuperação após lesão são candidatos comuns. A decisão deve ser tomada com o médico, que vai considerar histórico e exames.
Se você teve síndrome do túnel do carpo e precisa de orientações sobre retorno às atividades, veja mais sobre como voltar a trabalhar após cirurgia do túnel do carpo. Esse tipo de informação ajuda a planejar o tratamento e a reabilitação.
Perguntas frequentes
Dói muito?
O desconforto é variável. Muitas técnicas minimizam a dor e o terapeuta aplica anestésico local quando necessário. A sensação costuma ser transitória.
Quantas sessões preciso?
Normalmente uma série entre 6 e 12 sessões mostra efeito. Alguns pacientes precisam de manutenções mensais depois do ciclo inicial.
Posso combinar com fisioterapia?
Sim. A combinação com fisioterapia, exercícios e controle da causa aumenta as chances de recuperação. A ozonioterapia complementa outras medidas, não substitui reabilitação.
Exemplo prático
Joana, 58 anos, tem neuropatia diabética com formigamento nas pernas. Após 8 sessões, relatou menos dor e melhor qualidade de sono. O médico manteve controle glicêmico e indicou fisioterapia. Depois de 3 meses ela reduziu a dose de analgésicos.
Casos assim mostram que os resultados dependem de diagnóstico correto e tratamento integrado.
Como escolher um profissional
- Formação adequada: médico ou profissional habilitado em ozonioterapia.
- Infraestrutura: clínicas com protocolos e equipamentos certificados.
- Avaliação completa: presença de exames e plano terapêutico individualizado.
Se você tem neuropatia e busca opções além dos remédios, converse com seu médico sobre a ozonioterapia no tratamento de neuropatias.
Explique seus sintomas, peça avaliação e avalie os prós e contras junto ao especialista. Experimente as dicas discutidas aqui e decida pelo melhor caminho para sua recuperação.
Imagem: IA