O escorpião é um dos animais peçonhentos mais perigosos no Brasil, responsável por um número significativo de acidentes graves e óbitos.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2019, mais de 156 mil casos de envenenamento por escorpião foram registrados, resultando em 169 mortes.
A gravidade da situação é ainda mais alarmante considerando que a maioria desses acidentes ocorre em áreas urbanas, afetando principalmente crianças e idosos.
O veneno do escorpião pode causar reações locais dolorosas, além de complicações sistêmicas graves, como edema pulmonar e alterações cardíacas, tornando fundamental compreender os riscos associados à picada para buscar atendimento médico adequado.
A ameaça dos escorpiões no Brasil
A presença de escorpiões no Brasil representa um risco significativo à saúde pública. O país registra números alarmantes de acidentes envolvendo esses animais, especialmente em áreas urbanas.
Estatísticas alarmantes de acidentes e mortes
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2021, mais de 154 mil acidentes com escorpiões foram registrados.
Embora os dados mais recentes sobre óbitos datam de 2017, quando 88 vítimas fatais foram confirmadas, é evidente que a situação é grave.
As estatísticas mostram que os casos de acidentes com escorpiões têm batido recordes anualmente. As mortes por picada de escorpião são particularmente alarmantes entre crianças e idosos.
Por que os casos estão aumentando nas áreas urbanas
Um profissional renomado em dedetização de uma empresa dedetizadora em Cariacica (ES) relatou que o aumento das infestações de escorpiões nas cidades está relacionado à expansão urbana desordenada, ao desmatamento e à produção excessiva de lixo sem um descarte adequado.
Os escorpiões encontram nas áreas urbanas condições favoráveis para sua proliferação, incluindo abundância de alimentos, como baratas, e a ausência de predadores naturais. Isso torna o controle desses animais peçonhentos um desafio crescente no país.
Espécies de escorpiões perigosos no território brasileiro
No Brasil, existem várias espécies de escorpiões que representam um risco significativo à saúde pública. Esses animais são encontrados em diversas regiões do país, e algumas espécies são particularmente perigosas devido ao seu veneno potente.
Escorpião-amarelo: o mais letal do país
O escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) é considerado o mais letal do Brasil. É responsável pela maioria dos acidentes graves e óbitos relacionados a escorpiões.
Essa espécie tem uma grande capacidade de adaptação ao ambiente urbano e se reproduz por partenogênese, o que facilita sua rápida proliferação.
Outras espécies e sua distribuição geográfica
Além do escorpião-amarelo, outras espécies importantes incluem o escorpião-marrom, encontrado na Bahia e em algumas áreas do Centro-Oeste, Sudeste e Sul; o escorpião-amarelo-do-nordeste, mais comum no Nordeste, mas com registros em São Paulo, Paraná e Santa Catarina; e o escorpião-preto-da-amazônia, da Região Norte e de Mato Grosso.
A distribuição geográfica dessas espécies é ampla, com diferentes espécies predominando em cada região.
Como identificar escorpiões perigosos
Identificar o tipo de escorpião é crucial para o tratamento adequado. É recomendado levar o animal (com segurança) ou uma foto para o atendimento médico.
Os escorpiões perigosos possuem características distintas, como coloração, tamanho e formato das pinças e do ferrão, que podem ajudar na identificação.
Picada de escorpião pode matar: entenda quando há risco de vida
A gravidade da picada de escorpião varia de acordo com vários fatores, incluindo a espécie do escorpião e a quantidade de veneno injetada.
Isso torna crucial entender os elementos que influenciam a gravidade da picada para avaliar o risco de vida.
Fatores que influenciam a gravidade da picada
A gravidade da picada de escorpião depende de diversos fatores, como a espécie do animal, a quantidade de veneno injetada e a sensibilidade da vítima.
Além disso, a idade da vítima e o tempo de atendimento médico também desempenham um papel importante na determinação da gravidade.
Grupos de risco: crianças e idosos
Crianças menores de 10 anos e idosos são os principais grupos de risco devido à sua maior vulnerabilidade ao veneno do escorpião. Nesses grupos, o risco de complicações graves e morte é significativamente maior.
Quantidade de veneno e seus efeitos no organismo
A quantidade de veneno inoculada durante a picada é variável, pois os escorpiões podem controlar a liberação da peçonha.
O veneno age diretamente no sistema nervoso, causando reações inflamatórias que podem afetar órgãos vitais, como pulmões e coração.
A picada de escorpião pode levar a consequências graves, incluindo edema pulmonar e alterações cardíacas, especialmente em casos de envenenamento severo. Portanto, é fundamental buscar atendimento médico imediato após a picada.
Sintomas e reações após a picada
Uma picada de escorpião pode causar uma variedade de sintomas, desde locais até sistêmicos. A gravidade desses sintomas pode variar significativamente de pessoa para pessoa.
Manifestações leves e locais
Na maioria dos casos, a picada de escorpião resulta em sintomas locais, como dor intensa no local da picada, vermelhidão e edema. Além disso, pode ocorrer sudorese localizada e sensação de formigamento ou dormência.
Sinais de envenenamento moderado a grave
Em casos mais graves, os sintomas podem se tornar sistêmicos, incluindo náuseas, vômitos, sudorese profusa, salivação excessiva e alterações na pressão arterial e frequência cardíaca. Esses sinais indicam um envenenamento moderado a grave.
O “ponto de não retorno”: quando o quadro se torna crítico
O “ponto de não retorno” ocorre quando o processo inflamatório desencadeado pelo veneno atinge um estágio crítico.
Nesse ponto, mesmo com tratamento, a reversão dos danos se torna mais difícil, destacando a importância da observação cuidadosa dos sintomas e intervenção médica oportuna.
O que fazer em caso de picada de escorpião
Quando ocorre uma picada de escorpião, a rapidez e a adequação dos primeiros socorros são fundamentais.
A gravidade da picada pode variar dependendo da espécie do escorpião e da sensibilidade da vítima.
Primeiros socorros imediatos
Os primeiros socorros incluem lavar o local da picada com água e sabão, aplicar compressas frias para aliviar a dor e buscar atendimento médico o mais rápido possível. É recomendável capturar o escorpião, se possível, para auxiliar na identificação da espécie.
A importância do atendimento médico rápido
O atendimento médico rápido é crucial, especialmente em casos de crianças e idosos, pois o tempo entre a picada e o tratamento é vital para o sucesso do tratamento. Os hospitais de referência estão equipados para lidar com esses casos.
Soro antiescorpiônico: quando é necessário e onde encontrar
O soro antiescorpiônico é disponibilizado exclusivamente nos hospitais de referência do SUS. O profissional de saúde avaliará a necessidade de utilizar o soro antiveneno, indicado para casos moderados ou graves.
A maioria dos acidentes não necessita de soro antiescorpiônico, mas em casos graves, ele é fundamental.
Medidas preventivas para evitar acidentes com escorpiões
A prevenção de acidentes com escorpiões começa com simples cuidados diários. Manter a casa limpa e organizada é fundamental para evitar a presença desses animais peçonhentos.
Uma das principais medidas é o controle de baratas, que são o principal alimento dos escorpiões nas áreas urbanas.
Para isso, é importante manter jardins e quintais livres de entulhos, folhas secas e lixo, além de empacotar o lixo em sacos plásticos bem fechados.
Além disso, vedar frestas em paredes, pisos e rodapés é crucial para impedir a entrada de escorpiões nas residências.
A instalação de telas em ralos, pias e tanques também evita que esses animais utilizem o sistema de esgoto como via de acesso.
Outras medidas incluem afastar camas e berços das paredes, verificar roupas e calçados antes de usá-los, e usar equipamentos de proteção como luvas e calçados fechados durante atividades de jardinagem ou manuseio de materiais onde escorpiões podem se esconder.
Manter esses cuidados contribui significativamente para a saúde da família e redução dos riscos de acidentes com animais peçonhentos.
Imagem: canva.com