Em período de alta da inflação em todo o mundo, muitas famílias buscam formas alternativas de manter as contas em dia.
Nos últimos anos, o mercado financeiro no país tem se desenvolvido de forma rápida. Multiplica-se o número de investidores pessoas físicas. Além disso, o uso de aplicativos de bancos e o Pix são novidades que estimulam o desenvolvimento econômico.
No entanto, a fatia mais pobre da população ainda sofre com problemas econômicos e, mesmo com a praticidade de um banco digital sem taxas, Pix e outras facilidades, pode acabar tendo outros custos que atrapalhem o seu planejamento financeiro.
Por isso, é importante saber como anda a situação financeira dessa camada da população e como essas pessoas conseguem custear suas necessidades. Continue lendoo para saber mais sobre o assunto.
Estagnação da economia e diminuição do crédito
De fato: desde a recessão, entre os anos de 2015 e 2016, há uma estagnação econômica no país que precisa ser superada. Apesar da melhora em alguns índices econômicos nos últimos anos, como o nível de investimento do Brasil no exterior e a arrecadação, ainda se veem diversos problemas no Brasil, como a inflação e uma elevada taxa de juros.
No entanto, de 2018 a 2022 houve um aumento considerável de crédito para a pessoa física, fazendo com que a população conseguisse mais acesso à tomada de dívida. Diante disso, muitas pessoas aproveitaram a disponibilidade de crédito para arcar com os seus custos. Como resultado, houve um aumento na tomada de crédito de 13,6% em 2018 para 18,2% em 2022.
O auxílio emergencial foi uma quantia de dinheiro paga aos mais necessitados quando muitas pessoas ficaram sem trabalhar por causa do período de distanciamento social. A população teve a garantia de pagamento durante alguns meses, o que aliviou os gastos com dívidas durante os meses iniciais da pandemia.
Em seguida, esse valor acabou transformando-se no Auxílio Brasil, que continuou o pagamento para um volume menor de pessoas. Há discussões a respeito da possibilidade de manutenção do auxílio no valor atualmente pago.
Cartão de crédito rotativo
Com o fim do auxílio emergencial e o pagamento de auxílio a um número menor de pessoas, muitos adotaram a modalidade de crédito rotativo — em especial, a população de baixa renda.
O aumento do número de cartões de crédito foi de cerca de 60% entre 2017 e 2020, segundo dados do Banco Central do Brasil. Já são mais de 100 milhões de cartões usados no país.
A modalidade do cartão de crédito rotativo consiste, resumidamente, na possibilidade de o usuário não pagar a fatura na data do vencimento do cartão, podendo parcelar seu pagamento mediante juros.
Essa modalidade tem sido muito usada até mesmo para gastos mais emergenciais. Mas há uma preocupação: junto do cheque especial, o cartão de crédito possui um dos juros mais altos do mercado. Com isso, o endividamento da população tende a aumentar, o que mostra um gasto maior das pessoas com o pagamento de dívidas e juros.
Crédito Consignado
Outra possibilidade que as famílias de baixa renda estão tendo para pagarem seus gastos é o chamado crédito consignado. Esse tipo de crédito, em geral, tem taxas mais baixas do que outras modalidades de crédito.
O crédito consignado apresenta menos inadimplência devido às suas taxas mais atrativas, mas, ainda assim, constitui uma preocupação quando se fala em endividamento da camada mais pobre da população. Afinal, os que não conseguirem pagar poderão acabar buscando créditos com taxas mais caras.
Por isso, é fundamental que haja uma preocupação do governo federal com a diminuição dos impostos dos mais pobres. Além disso, é preciso investir em estratégias de facilitação da atividade empreendedora para que os índices econômicos do país melhorem e, com isso, o endividamento da população diminua.